O livro Inteligência Emocional, de Daniel Goleman é uma surpreendente forma de mostrar ao mundo, com base em experimentos científicos, que não existe apenas uma forma de inteligência a ser medida em nós, seres humanos.
Não é um tema novo e tampouco é um livro de auto-ajuda, embora possa até ser usado como tal. É escrito de uma forma relativamente didática (mas ainda assim altamente técnica) com referências de pesquisas e experimentos realizados por diversos pesquisadores de várias Universidades dos EUA durante anos e, por isso, surpreende.
Bom, isto posto, vamos ao conteúdo. O livro trata de assuntos interessantes no campo das relações humanas que, enquanto lemos, cuja ocorrência identificamos pelo menos uma vez na vida, tanto conosco quanto com pessoas conhecidas.
Bom, isto posto, vamos ao conteúdo. O livro trata de assuntos interessantes no campo das relações humanas que, enquanto lemos, cuja ocorrência identificamos pelo menos uma vez na vida, tanto conosco quanto com pessoas conhecidas.
O autor demonstra como funcionam as emoções (tanto no cérebro quanto no comportamento) e a forma como elas afetam o dia-a-dia e as decisões. Discorre sobre a empatia e ensina também como lidar com a raiva, as paixões e a impulsividade, entre outros sentimentos que podem ser destrutivos, se não utilizados em uma dose saudável.
O livro traz a visão de desenvolvimento do comportamento humano como um leque aberto, passando pelo casamento, família, escola, empresa e comunidade. Demonstra como tudo começa na infância e na forma como a "educação" é conduzida nos primeiros anos de vida. E também as consequências, já na fase adulta, do quanto o nosso modelo mental está calcado em um conjunto de valores antigos, distorcidos, que nem sempre são nossos e quase nunca são visitados e atualizados por nós ao longo da vida. Mostrando também o quanto isso atrapalha as nossas relações com o externo.
Como este lugar é um blog, acredito que eu tenha "licença poética" suficiente para dizer que o meu capítulo predileto é o de número 10 - Administrar com o coração, no qual Daniel Goleman conduz todo o seu conhecimento para o lado das Organizações (Empresas) e fala sobre nada mais nada menos que LIDERANÇA, essa ilustre desconhecida. É claro que ele tempera a LIDERANÇA com o temperinho da Inteligência Emocional, o que nos garante um sabor muito original.
Primeiramente o autor aborda a crítica, que deve ser feita com habilidade. Aborda também os tão importantes feedbacks que devem ser passados constantemente. Fala do alinhamento das expectativas, ou seja, o que deve ser dito sobre as expectativas entre chefe, funcionário e vice-versa. E diz que as expectativas devem estar claras. Uma vez as expectativas alinhadas, as críticas top-down passam a ter um caráter mais construtivo e até motivador.
Ainda no capítulo 10, ele aborda os temas: motivação e convivência/tolerância com a diversidade dentro das Organizações.
Todas as "receitas" passadas no livro (se é que posso falar dessa forma) giram em torno do diálogo. Quando não é um diálogo consigo mesmo em busca do auto-conhecimento é o diálogo em direção aos outros, quando não são os dois simultâneamente.
A prática do diálogo livre e aberto é realmente a receita para uma convivência saudável. E, não querendo resumir a obra só nestas palavras, porque ela é muito rica, gostaria de ousar dizer aqui nesta resenha que a observação de si mesmo tanto interna quanto externamente (si mesmo -> ambiente -> outros indivíduos) é de fato o caminho para uma consciência maior e para a inteligência emocional, pois é a base para um comportamento mais integrador e saudável em qualquer ambiente.
No geral, o que gostei muito foi que o autor é Phd em Psicologia, mas não fica preso na especialização. Sua visão é ampla. Ele cita filósofos, pensadores, Freud e outros psicólogos, administradores de renome (como Peter Druker) e gente que, de certa forma, ajudou a moldar o mundo do conhecimento no qual vivemos hoje.
Ainda, em mais uma notinha, devo dizer que li a primeira edição do livro. Com certeza, assim que puder, vou conferir o que mudou da primeira para a última. Acredito mesmo que hoje em dia vale à pena visitar o tema e mantê-lo sempre por perto!
Abraços à todos!
Débora Chagas