sábado, 16 de março de 2013

Resenha do livro: Inteligência Emocional

   O livro Inteligência Emocional, de Daniel Goleman é uma surpreendente forma de mostrar ao mundo, com base em experimentos científicos, que não existe apenas uma forma de inteligência a ser medida em nós, seres humanos.
   Não é um tema novo e tampouco é um livro de auto-ajuda, embora possa até ser usado como tal. É escrito de uma forma relativamente  didática (mas ainda assim altamente técnica) com referências de pesquisas e experimentos realizados por diversos pesquisadores de várias Universidades dos EUA durante anos e, por isso, surpreende.



   Bom, isto posto, vamos ao conteúdo. O livro trata de assuntos interessantes no campo das relações humanas que, enquanto lemos, cuja ocorrência identificamos pelo menos uma vez na vida, tanto conosco quanto com pessoas conhecidas.
  O autor demonstra como funcionam as emoções (tanto no cérebro quanto no comportamento) e a forma como elas afetam o dia-a-dia e as decisões. Discorre sobre a empatia e ensina também como lidar com a raiva, as paixões e a impulsividade, entre outros sentimentos que podem ser destrutivos, se não utilizados em uma dose saudável.
   O livro traz a visão de desenvolvimento do comportamento humano como um leque aberto, passando pelo casamento, família, escola, empresa e comunidade. Demonstra  como tudo começa na infância e na forma como a "educação" é conduzida nos primeiros anos de vida. E também as consequências, já na fase adulta, do quanto o nosso modelo mental está calcado em um conjunto de valores antigos, distorcidos, que nem sempre são nossos e quase nunca são visitados e atualizados por nós ao longo da vida. Mostrando também o quanto isso atrapalha as nossas relações com o externo.
  Como este lugar é um blog, acredito que eu tenha "licença poética" suficiente para dizer que o meu capítulo predileto é o de número 10 - Administrar com o coração, no qual Daniel Goleman conduz todo o seu conhecimento para o lado das Organizações (Empresas) e fala sobre nada mais nada menos que LIDERANÇA, essa ilustre desconhecida. É claro que ele tempera a LIDERANÇA com o temperinho da Inteligência Emocional, o que nos garante um sabor muito original.
   Primeiramente o autor aborda a crítica, que deve ser feita com habilidade. Aborda também os tão importantes feedbacks que devem ser passados constantemente. Fala do alinhamento das expectativas, ou seja, o que deve ser dito sobre as expectativas entre chefe, funcionário e vice-versa. E diz que as expectativas devem estar claras. Uma vez as expectativas alinhadas, as críticas top-down passam a ter um caráter mais construtivo e até motivador.
   Ainda no capítulo 10, ele aborda os temas: motivação e convivência/tolerância com a diversidade dentro das Organizações.
   Todas as "receitas" passadas no livro (se é que posso falar dessa forma) giram em torno do diálogo. Quando não é um diálogo consigo mesmo em busca do auto-conhecimento é o diálogo em direção aos outros, quando não são os dois simultâneamente.
   A prática do diálogo livre e aberto é realmente a receita para uma convivência saudável. E, não querendo resumir a obra só nestas palavras, porque ela é muito rica, gostaria de ousar dizer aqui nesta resenha que a observação de si mesmo tanto interna quanto externamente (si mesmo -> ambiente -> outros indivíduos) é de fato o caminho para uma consciência maior e para a inteligência emocional, pois é a base para um comportamento mais integrador e saudável em qualquer ambiente.
   No geral, o que gostei muito foi que o autor é Phd em Psicologia, mas não fica preso na especialização. Sua visão é ampla. Ele cita filósofos, pensadores, Freud e outros psicólogos, administradores de renome (como Peter Druker) e gente que, de certa forma, ajudou a moldar o mundo do conhecimento no qual vivemos hoje.
   Ainda, em mais uma notinha, devo dizer que li a primeira edição do livro. Com certeza, assim que puder, vou conferir o que mudou da primeira para a última. Acredito mesmo que hoje em dia vale à pena visitar o tema e mantê-lo sempre por perto!
Abraços à todos!
Débora Chagas