sábado, 16 de março de 2013

Artigo: Gestão de Dados - Parte III: "Conclusão"

     A primeira parte deste texto diz respeito à Gestão de Dados regendo a “empresa lógica” com o pensamento e a organização lógica dos dados sob o prisma de negócio. A segunda parte traz um olhar mais técnico e prático. E ambas contém uma parte processual, que demostra o caráter da gestão.

            A missão desta terceira parte é juntar os complementos e procurar entender como eles podem trazer valor para dentro de uma organização.

Como foi dito antes, gerir é administrar e organizar. Dados bem administrados podem gerar informações capazes de formar cenários reais para que o administrador (seja CEO, Diretor, Gerente ou líder) possa traçar estratégias de crescimento e avanço da empresa no mercado. É como um mapa que descreve a localização de cada região.

Imagine um cenário no qual você está perdido numa floresta com um mapa nas mãos que não reflete em nada a representação do lugar, composto por informações nulas ou ainda sem sentido. O esforço para reconhecer o local e tentar decidir qual caminho tomar, com certeza, será muito maior e mais cheio de incertezas.
O mesmo pode ocorrer com uma empresa que se reconhece no mercado apenas parcialmente. Mesmo que os diretores e gerentes tenham um bom conhecimento do negócio e mesmo que eles consigam manter a posição no mercado, sempre vai ter déficit de crescimento. Ainda pode ocorrer de um concorrente iniciar um processo de expansão, afetando as operações das empresas daquele segmento.

O fato é que nessa era, a grande maioria das empresas se interessa por utilizar suas informações para medir ou alavancar o negócio, ou mesmo buscar uma forma de inovação e traçar novos caminhos no mercado.

E a gestão de dados tem esse ferramental para auxiliar. Mesmo que a base de dados de uma empresa tenha já os seus dados mal tratados, existe sempre uma forma de se fazer um estudo, redefinir aqueles dados perante o negócio (por mais volátil que ele seja) e traçar um método de reorganização desses dados para que eles possam passar a gerar valor.

Uma boa pergunta a ser feita por um empresário é: “Qual o valor da minha informação?”. Pode-se criar um método de medição do custo e o lucro da informação. Por exemplo, podem ser criadas variáveis para medir o custo de captação e armazenamento; o valor das transações na operação; o valor gerencial que a informação retorna; etc.

Métricas podem ser atribuídas e os dados podem passar a ter maior importância os olhos do administrador. Com informação nas mãos, os custos mudam e oportunidades podem ser aproveitadas trazendo rentabilidade. Pode-se também usar a informação para realizar novos investimentos internos, capazes de aumentar a produção. A gama de ações é enorme.

Hoje ainda existe nas empresas certa negligência com o tratamento dos dados dos sistemas legados. Legados foram sistemas que (na maioria das vezes) cresceram junto com o core do negócio e, consequentemente, receberam vários remendos para acompanhar a evolução ao longo do tempo. Ainda existem práticas de mexer diretamente nos dados armazenados sem critérios e sem noção do desmembramento no fluxo de informações gerado. E se esse fluxo for manipulado para gerar cenários gerenciais, certamente não estarão mostrando um cenário confiável.

Todo cuidado ao se manipular dados operacionais é pouco. O melhor é que isso não seja feito sem critérios. Modelos de dados são construídos dentro de visões de processos de negócio. Qualquer alteração nos dados (uma só tabela que seja) pode mudar o registro do contexto operacional do negócio e a empresa perde a referência do que foi feito na operação naquele dado momento. Pode ser criada uma realidade paralela.

Existem práticas e ferramentas capazes de fazer uma boa revolução nos dados ainda mantendo-os em seu contexto real. E mesmo que não se queira gastar muito com isso, existem profissionais capazes de auxiliar no planejamento de um mapa de dados renovado e que passe a dar suporte para o negócio (e suas evoluções) sem prejudicar o histórico de crescimento da empresa.

Esta era é uma revolução na forma ver o mundo e, ao que tange à Gestão de Dados e Informações, pode-se dizer que estamos só começando.